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sábado, 30 de janeiro de 2016

Ritmos brasileiros - Definição e forma

Para efeito de curiosidade e para tentar fazer cessar o persistente erro na utilização do termo “moda de viola” para tudo o que diga respeito às antigas músicas sertanejas, vamos a alguns exemplos de ritmos e suas nomenclaturas.
1) Canção Rancheira – ou simplesmente Rancheira, como alguns costumam utilizar. É um ritmo bem parecido com a valsa, o que fez com que alguns inclusive se acostumassem a se referir a ele como “valsinha” ou mesmo “valsa”. Um grande exemplo desse ritmo é a música “Estrada da Vida”, que você ouve abaixo.
2) Guarânia – é bom tomar cuidado com a utilização do termo “guarânia”, afinal o mesmo ritmo pode apresentar variações na velocidade, o que já o torna um outro ritmo, como vocês poderão ver logo abaixo. Um grande exemplo de guarânia é a música “Amargurado”.
3) Polca – ou Polca Paraguaia, dada a influência da música paraguaia neste ritmo sertanejo. A grosso modo, é uma guarânia bastante acelerada. Um bom exemplo é “Vá pro inferno com seu amor”.
4) Rasqueado – Facilmente confundido com a polca, a diferença básica entre os dois ritmos está na pegada com que se toca. A diferença é mais facilmente percebida quando se ouve o contrabaixo nos dois ritmos. Um bom exemplo é a música “Coração de Pedra”, da dupla Milionário & José Rico.
5) Moda Campeira – Outra variação da guarânia, que rigorosamente tem apenas a velocidade como diferença. A música “Saudade da Minha Terra” é uma canção neste ritmo.
6) Huapango – Uma variação menos conhecida e pouco utilizada da guarânia. Um dos poucos exemplos é a música “Do mundo nada se leva”.
7) Bolero – Um dos ritmos que ainda é comumente utilizado na música sertaneja, claro que com uma certa variação com relação às versões mais antigas. A música “Me mata de uma vez” é um bom exemplo.
8) Xote – Uma das que hoje em dia, pelo menos na música sertaneja, já é enquadrada apenas num grande grupo de ritmos, o “forró”, que na verdade é bem mais específico do que se pensa. A música “Bobeou… a gente pimba” é um exemplo.
9) Toada – Um ritmo mais choroso e emocional, característico de músicas com declamação. Um bom exemplo é a canção “Couro de boi”.
10) Cururu – Praticamente um ritmo precursor do “pagode” criado pelo Tião Carreiro, mas tocado com menos detalhes, de uma forma mais simplificada. A música “Canoeiro” é um bom exemplo deste ritmo.
11) Cateretê – Bem parecido com o cururu, mas um pouco mais detalhado. Não tanto quanto o pagode, claro. Um bom exemplo é a música “Moda da Mula Preta”.
12) Pagode – Criado pelo Tião Carreiro, o ritmo mais conhecido de viola, caracterizado pelos recortados entre os versos das músicas. “Pagode em Brasília”, como o próprio nome ressalta, é um dos grandes exemplos.
13) Fox – Outro ritmo pouco utilizado na música sertaneja. Tem como bom exemplo a canção “Inversão de Valores”.
14) Balada – Este ritmo já faz parte de uma geração mais recente de ritmos sertanejos. O clássico “É o amor” é um ótimo exemplo.
15) Country – Apesar de se perceber na música sertaneja uma influência da música country, o único ritmo reconhecidamente country da música sertaneja é este, que pode ser ouvido em músicas como “Ela Chora, chora”.
16) Vanerão – Um dos ritmos precursores dos ritmos mais comumente utilizados hoje em dia. Caracterizado pelo caráter mais “dançante”. Um bom exemplo é a música “Paixão Goiana”.
17) Moda de Viola – Como dito acima, é caracterizada pela viola solada acompanhando a melodia das vozes. A música “O Rei do Gado” é um bom exemplo.
Listei nada menos que 17 ritmos sertanejos comumente utilizados antigamente. E olha que ainda faltou um monte nessa lista. Há cerca de 20 anos, no entanto, a utilização da nomenclatura, como eu já disse, foi caindo em desuso. O resultado é o que vemos hoje: uma confusão gigantesca de ritmos. Tem gente que toca vaneirão achando que está tocando pagode de viola, ou que sequer sabe o nome daquilo que está arranhando no violão. Fora que hoje em dia ninguém tem um nome correto para o que é tocado pelos novos artistas sertanejos.
Já ouvi chamarem essas baladinhass universitárias de “baladas pop”, “shakundun, “universitárias”, e de mais uns 3 outros nomes. Além disso, convencionou-se chamar de forró ou de vaneira tudo o que é música dançante tocada com a mesma batida. E, pior, chamam de “moda de viola” tudo o que é clássico sertanejo. Mesmo que não tenha nenhuma viola na gravada na música!!!
A intenção deste texto não é fazer voltar a já morta e enterrada nomenclatura de ritmos sertanejos. O que falta é, óbvio, uma preocupação dos artistas e de quem divulga a música sertaneja pela história e teoria do segmento. Como eu já ressaltei aqui várias e várias vezes, o conhecimento daquilo que se canta é o mínimo que se cobra de qualquer artista sertanejo que se preze.

Retirado de: http://blognejo.com.br/nem-tudo-o-que-e-antigo-e-moda-de-viola/
 

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Os três níveis da gratidão - Tratado de São Tomás de Aquino


"Muito obrigado" - os três níveis da gratidão


     Dizíamos que a limitação do conhecimento humano reflete-se na linguagem: não podemos expressar o que as coisas são, na medida em que não sabemos completamente o que elas são. Além do mais, muitas vezes, uma palavra acentua originariamente só um dentre os muitos aspectos que a realidade designada oferece. E pode ocorrer que, com o passar do tempo, essa realidade mude, evolua substancialmente a ponto de perder a conexão com o étimo da palavra, que permanece a mesma. Isto não nos choca, pois, no uso quotidiano, as palavras vão perdendo transparência: falamos em salada de frutas porque envolve mistura e nem notamos que salada deriva de sal. Do mesmo modo, o barbeiro, hoje em dia, quase já não faz barbas, mas cortes de cabelo; como também o tintureiro já não tinge, mas só lava; o garrafeiro compra jornais velhos e muito poucas garrafas; o chauffeur não aquece, mas dirige o carro; e nem nos lembraríamos de associar funileiro a funil.
     Se essas incompatibilidades não nos causam estranheza é porque a linguagem tornou-se opaca para nós: dizemos colar, colarinho, coleira, torcicolo e tiracolo e não reparamos em que derivam de colo, pescoço (daí que seja incompreensível, à primeira vista, a expressão "sentar no colo").
     Essas considerações são importantes preliminares ao estudo da gratidão e das formulações que ela recebe nas diversas línguas. Tomás ensina que a gratidão é uma realidade humana complexa (e daí também o fato de que sua expressão verbal seja, em cada língua, fragmentária: este ou aquele aspecto-gancho é o acentuado): "A gratidão se compõe de diversos graus. O primeiro consiste em reconhecer (ut recognoscat) o benefício recebido; o segundo, em louvar e dar graças (ut gratias agat); o terceiro, em retribuir (ut retribuat) de acordo com suas possibilidades e segundo as circunstâncias mais oportunas de tempo e lugar" (II-II, 107, 2, c).
     Este ensinamento, aparentemente tão simples, pode ser reencontrado nos diferentes modos de que as diversas línguas se valem para agradecer: cada uma acentuando um aspecto da multifacética realidade da gratidão. Algumas línguas expressam a gratidão, tomando-a no primeiro nível: expressando mais nitidamente o reconhecimento do agraciado. Aliás reconhecimento (como reconnaissance em francês) é mesmo um sinônimo de gratidão. Neste sentido, é interessantíssimo verificar a etimologia: na sabedoria da língua inglesa to thank (agradecer) e to think (pensar) são, em sua origem, e não por acaso, a mesma palavra. Ao definir a etimologia de thank o Oxford English Dictionnary é claro: "The primary sense was therefore thought"(6). E, do mesmo modo, em alemão, zu danken (agradecer) é originariamente zu denken (pensar). Tudo isto, afinal, é muito compreensível, pois, como todo mundo sabe, só está verdadeiramente agradecido quem pensa no favor que recebeu como tal. Só é agradecido quem pensa, pondera, considera a liberalidade do benfeitor. Quando isto não acontece, surge a justíssima queixa: "Que falta de consideração!"(7). Daí que S. Tomás - fazendo notar que o máximo negativo é a negação do grau ínfimo positivo (a última à direita de quem sobe é a primeira à esquerda de quem desce...) - afirme que a falta de reconhecimento, o ignorar é a suprema ingratidão(8): "o doente que não se dá conta da doença não quer se curar"(9).
     A expressão árabe de agradecimento shukran, shukran jazylan situa-se diretamente naquele segundo nível: o de louvor do benfeitor e do benefício recebido. Já a formulação latina de gratidão, gratias ago, que se projetou no italiano, no castelhano (grazie, gracias) e no francês (merci, mercê)(10) é relativamente complexa. Tomás diz (I-II, 110, 1) que seu núcleo, graça comporta três dimensões: 1) obter graça, cair na graça, no favor, no amor de alguém que, portanto, nos faz um benefício; 2) graça indica também dom, algo não devido, gratuitamente dado, sem mérito por parte do beneficiado; 3) a retribuição, "fazer graças", por parte do beneficiado. No tratado De Malo (9,1), acrescenta-se um quarto significado de gratias agere: o de louvor; quem considera que o bem recebido procede de outro, deve louvar.
     No amplo quadro que expusemos - o das expressões de gratidão em inglês, alemão, francês, castelhano, italiano, latim e árabe - ressalta o caráter profundíssimo de nossa forma: "obrigado"(11). A formulação portuguesa, tão encantadora e singular, é a única a situarse, claramente, naquele mais profundo nível de gratidão de que fala Tomás, o terceiro (que, naturalmente, engloba os dois anteriores): o do vínculo (ob-ligatus), da obrigação, do dever de retribuir. Podemos, agora, analisar a riqueza de sugestões que se encerra também na forma japonesa de agradecimento(12). Arigatô remete aos seguintes significados primitivos: "a existência é difícil", "é difícil viver", "raridade", "excelência (excelência da raridade)". Os dois últimos sentidos acima são compreensíveis: num mundo em que a tendência geral é a de cada um pensar em si, e, quando muito, regularem-se as relações humanas pela estrita e fria justiça, a excelência e a raridade salientam-se como característica do favor. Mas, "dificuldade de existir" e "dificuldade de viver", à primeira vista, nada teriam que ver com o agradecimento. No entanto, S. Tomás ensina (II-II, 106, 6) que a gratidão deve - ao menos na intenção - superar o favor recebido. E que há dívidas por natureza insaldáveis: de um homem em relação a outro, seu benfeitor, e sobretudo em relação a Deus: "Como poderei retribuir ao Senhor - diz o Sl. 115 - por tudo o que Ele me tem dado?". Nessas situações de dívida impagável - tão freqüentes para a sensibilidade de quem é justo - o homem agradecido sente-se embaraçado e faz tudo o que está a seu alcance (quid-quid potest), tendendo a transbordar-se num excessum que se sabe sempre insuficiente(13) (cfr. III, 85, 3 ad 2). Arigatô aponta assim para o terceiro grau de gratidão, significando a consciência de quão difícil se torna a existência (a partir do momento em que se recebeu tal favor, imerecido e, portanto, se ficou no dever de retribuir, sempre impossível de cumprir...).

Retirado de :http://hottopos.com/notand1/antropologia_e_formas_quotidiana.htm

domingo, 10 de janeiro de 2016

Ferramentas para Concursos – Parte I (Produtividade)

Autor: Carreira

Bom, pessoal, está na hora de pedir licença aos artigos filosóficos e abrir espaço também aos artigos que tratam da preparação propriamente dita. Dada a bagagem acumulada em Concursos, ao me deparar com um iniciante, o meu instinto quer  sair despejando um rio de informações sobre o “coitado”. Contudo, de que adiantaria um rio, se você não dispõe ainda de uma bateia para reter o ouro corrente?
Foi pensando nisso que resolvi escrever estes série de dois artigos abordando justamente ferramentas que podem auxiliar na preparação para Concursos. Neste primeiro, vamos focar em ferramentas gerais, aquelas que vão lhe proporcionar mais produtividade, sem, no entanto, serem específicas para o estudo. Ou seja, se você quiser aplicá-las para conquistar outras metas de vida, fique à vontade.
Imagem via Shutterstock
Imagem via Shutterstock
Seguem os parâmetros comuns que utilizei para determinar as escolhidas :
  • Preço – a maioria das ferramentas tem versão gratuita. Todavia, não discriminei as pagas, pois, pelo menos para mim, o importante é que o valor proporcionado seja superior ao preço cobrado;
  • Sincronismo – ganham muitos pontos comigo ferramentas que sincronizam entre os mais diversos hardwares (Laptop, Tablet, Smartphone. etc). Acesso via browser também é muito importante, principalmente quando fazemos uso de equipamentos de terceiros;
  • Usabilidade – elas devem apresentar interface amigável nas diferentes plataformas e sua operação deve ser a mais intuitiva possível;
  • Carregamento – de preferência, o mais simplificado possível, ou seja, o uso da ferramenta deve primar pelo minimalismo das informações (campos) requeridas e retornar o máximo de resultado;
  • Modo Offline – é muito desejável que, numa eventual falta de conexão com a Internet, permaneçamos com  a capacidade de uso (mesmo que limitada), e o sistema possa se ressincronizar tão logo a conexão seja restabelecida;
  • Integração – ninguém gosta de ficar inserindo os mesmos dados, mesmo que seja em sistemas diferentes. Ora, os sistemas que conversem entre si! Exemplo: ao programar um pagamento no financeiro, é uma mão-na-roda que uma ação de pagamento já passe a constar no meu to-do list;
  • Social – hoje padecemos da compulsão de compartilhar praticamente todo tipo de informação. Então, a ferramenta deve permitir a interação entre seus usuários. Se permitir algum nível (precário) de interação com não-usuários, melhor ainda;
  • Buscas rápida – quem hoje tem paciência para percorrer toda a árvore de diretório até chegar a informação desejada? Isso, SE você se deu ao trabalho de organizar toda a informação previamente… Pois bem, a “onda” agora é “Taca-le pau” no campo de pesquisa e esperar que o sistema resolva a busca o mais rápida possível.
Apresentados os parâmetros de escolha, vamos enfim às ferramentas:
Calendário – Se você não usa nem o calendário, repense seus valores… Perder um compromisso pode trazer muito prejuízo. Para o concurseiro, então, pode ser catastrófico. A necessidade do calendário aumenta quando os compromissos se multiplicam, e muitos se tornam repetitivos. Para mim, o mais importante nessa ferramenta é a capacidade de proporcionar múltiplas visões: diária, semanal, mensal, anual, etc. Desta forma, fica sobremaneira mais fácil planejar a carga de compromissos ao longo de um período, bem como detectar potenciais conflitos de agenda.
Ferramenta que uso: Google Calendar (integrado com o RTM).
Outras Opções: Sunrise.
To-Do List – Outro curinga! Afinal, todo mundo precisa de uma lista de tarefas. Para mim, o grande diferencial de uma bom gerenciador de tarefas é permitir visualizações (somente) daquilo que te interessa em um determinado contexto, bem como permitir a priorização das tarefas.
Ferramenta que uso: Remember the Milk.
Outras Opções: Whunder List, Todoist, Toodledo, etc.
Notas - Nada melhor para reter uma informação do que anotá-la, não é mesmo? A grande popularidade dos blocos de notas decorre de sua capacidade de nos permitir rabiscar informações livremente, ou seja, sem nos paralisar prematuramente face à formatação e campos pré-definidos. Essa liberdade nos permite também realizar brainstorms antes de maturarmos as informações coletadas para só então adequá-las à rigidez dos formulários de outras ferramentas. Agora, o que me diria se eu pudesse acessar esse bloco de notas de qualquer lugar? Pois é…
Ferramenta que uso: Evernote
Outras Opções: OneNote, Keep, etc.
Busca Instantânea/Preview – Imagine-se revisando uma questão de concursos e lembrando que leu justamente aquele trecho-resposta em um arquivo que deve estar em meio aos seus trocentos GB de informação. Bom, eu nunca fui uma pessoa muito organizada para criar (e principalmente manter) um diretório de arquivos intuitivo. Prefiro deixar isso para a máquina… Aí, você pode dizer os sistemas operacionais modernos  já incorporaram essa funcionalidade. Realmente, mas desconheço algum que faça “preview”. Traduzindo, além de a ferramenta encontrar instantaneamente o arquivo desejado, ela também consegue mostrar especificamente a parte relevante, sem contudo precisar abri-lo por meio do aplicativo padrão (sempre proporciona aquela demora “chatinha” para inciar).
Ferramenta que eu uso: Copernic Desktop Search.
Outras opções: buscador do próprio S.O. (é provável que ele não forneça “preview”).
Armazenamento na Nuvem – Hoje em dia, para estudar, qualquer lugar é lugar! Imagine você em uma fila quilométrica de banco e, de repente, lembra-se que aquele PDF crucial ficou no HD de casa? Não pode! O ideal é que seu material de estudo esteja todo na nuvem. Se atualmente (praticamente) todo mundo que tem um computador tem “provado” os serviços de armazenamento online, eu fui além! Excetuando-se alguns dados cujo sigilo é crítico, TODAS as minhas outras informações estão na nuvem. Resumindo, no meu caso, o HD é tratado como a cópia de segurança local.
Ferramentas que eu uso: Dropbox (profissional) e Google Drive (Pessoal).
Outras opções: SkyDrive, iCloud, etc.
Leitor de RSS – Dizem que as Redes Sociais estão matando o RSS, vide Google Reader. Bom, se isso acontecer mesmo, eu vou ficar muito chateado, pois o Feed é disparado a minha principal ferramenta para acompanhamento de artigos relevantes sobre concursos e tecnologia. Em vez de você ficar visitando uma infinidades de sites, que tal receber todas as atualizações em uma interface central? Vale ressaltar que costumo “preservar” meu RSS, ou seja, eu só assino aquilo que realmente pretendo ler, mesmo que demore um pouco mais. Portanto, nada de sair assinando indiscriminadamente sites que mandam milhões de atualizações por dia! Tal prática acaba causando uma rejeição previsível no leitor, o qual fica agoniado porque não está “dando conta” de processar toda aquela informação. Mas a dúvida crucial para produtividade é: eu preciso mesmo dar conta de tudo?
Ferramenta que uso: Feedly.
Outras Opções: Old Reader, Aol Reader, etc.
Consolidados de Notícias – Essa ferramenta aqui é similar à anterior, com a diferença que quanto à ela não temos a ilusão de consumir tudo que a percorre. Uma boa analogia é “enquanto a anterior é uma lagoa, essa aqui é um rio”, uma vez que a informação é bem mais perecível. O grande mérito desse tipo de ferramente é te permitir criar o próprio periódico (jornal/revista), dando a oportunidade de escolher as fontes de acordo com a sua linha editorial (preferência). Só tome cuidado com o “efeito bolha”, e a ferramenta passar a te mostrar apenas o que você quer ver.
Ferramenta que uso: Flipboard.
Outras Opções: Papper.li, etc.
Ler Depois – Imagine que você deu de frente com uma notícia magnética na tela, mas, como é muito comum, não dá pra pausar para lê-la agora. O que você faz? Deixa a notícia aberta no browser? Colocar nos favoritos? Imagine o tamanho que isso não vai ficar… Que tal se com apenas dois clicks você conseguisse salvar a notícia desejada em um local de fácil acesso para se ler com toda calma e comodidade na hora que puder. E mais, sem propagandas e permitindo vários ajustes de formatação os quais tornam a leitura mais agradável.
Ferramenta que uso: Pocket.
Outras Opções: Readability, Instapaper.
Mapa Mental – Pensei muito antes de colocar essa tipo de ferramente aqui e não nas específicas. Ora, eu mesmo antes só usava mapas mentais para fixação de conteúdo e como auxílio na elaboração de discursivas. Contudo, há bem pouco tempo comecei a usar essa importante ferramenta também para registrar e controlar meus objetivos nas mais diversas searas, bem como registrar ideias de uma forma menos trabalhosa (do que texto puro) e visual. Confesso que essa simples mudança proporcionou um choque de produtividade na minha vida.
Ferramenta que uso: Mind Meister.
Outras Opções: FreeMind, Midomo, Xmind.
Integração – É comum as ferramentas se integrarem nativamente de modo a automatizar operações esperadas. Exemplo: ao  se criar um lembrete no Evernote, uma tarefa é gerada automaticamente no To-Do List. Mas, e quando não existe essa parceria entre as ferramentas? Aí, você pode recorrer às ferramentas de integração. Por exemplo, quando eu favorito um tweet, o link que ele contem é registrado no pocket para leitura posterior.
Ferramenta que uso: IFTTT.
Outras Opções: Zapier.
Login/Preenchimento Automático – Vai me dizer que você não tem dificuldade em gerenciar (com segurança) das infinitas senhas dos infinitos serviços online? Ainda, o que me diria se você pudesse poupar o tempo que consumimos diariamente no preenchimento daqueles formulários imensos (e chatos) de cadastro? E a cereja do bolo é a ferramenta automatizar o acesso ao site, injetar os dados de usuários e senha, e deixar a área restrita do site já prontinha para você usar. Tudo isso com poucos clicks.
Ferramenta que uso: Roboform.
Outras Opções: Last Pass.
Finanças Pessoais – Você deve estar se perguntando o que uma ferramenta de finanças tem a ver com concursos. Explico, a aprovação é um projeto como qualquer outro e, portanto, requer algum nível de controle financeiro, de modo a manter o equilíbrio entre receitas e despesas. Vale ressaltar que  uma pessoa endividada não é uma pessoa tranquila e, consequentemente, é uma pessoa que gasta muita energia mental na ruminação desse fato. Energia esta que deveria estar sendo canalizada para a aprovação.
Ferramenta que uso: Organizze.
Outras Opções: Guia Bolso.
Por fim, alguns cuidados que se deve ter na utilização dessas ferramentas:
  • Não consumir todo o tempo disponível na alimentação eterna dessas ferramentas. Você não pode perder de vista que o objetivo principal é a execução, não o controle;
  • Notem que eu falei das ferramentas, mas não falei de um processo. Isso mesmo, quando se tem vários instrumentos, é necessário um processo azeitado para promover a “Orquestração”. Mas isso é papo pra outra cerveja… Por enquanto, a minha recomendação é “desenvolva o seu próprio método”. Senão, você vai se perder;
  • A maioria das ferramentas pode ser substituída pela “tríade faz-tudo”: Word, Excel e Outlook. Entretanto, lembre-se que, por esse mesmo raciocínio, você também seria capaz de construir uma estação de metrô com apenas uma colher de pedreiro;
  • Cuidado ainda com as ferramentas “Pato”, prometem que vão andar, nadar e voar, mas, no fim, não fazem nada direito. 
E aí, pessoal, gostaram da listinha de ferramentas? Gostariam de sugerir alguma? Contribuam, por favor, por meio dos comentários!


Retirado de : http://www.profissionaisti.com.br/2015/03/ferramentas-para-concursos-parte-ii-estudo/

Ferramentas para Concursos – Parte II (Estudo)



ferramentas específicas de apoio ao estudo.
Antes, algumas considerações:
  • Não é minha pretensão abordar todos os softwares existentes neste post. Se por ventura omiti algum, antes de me xingar, colabore nos comentários;
  • O mesmo serve se esqueci de citar alguma plataforma em que atua alguma das ferramentas citadas;
  • Se eu disse que uso, é porque realmente uso a ferramente. Quanto as que aparecem como “Outras Opções” pode ser que eu as use também, mas de uma forma mais esporádica ou comecei a usar agora;
  • Hoje sou usuário do Android, ou seja, tenho muito familiaridade com os Apps desta plataforma, por isso eles tem maior incidência na lista. Já usei o Iphone/Ipad, mas já faz tempo;
  • Confesso também que sou usuário de Windows. Assim sendo, seguem minhas desculpas em adiantado por não ter abordado as opções em Linux. Fica também o convite para os fãs do Pinguim colaborarem nos Comentários.
  • Os critérios de escolha são os mesmos descritos no Artigo anterior.
Segurem o fôlego, e vamos às ferramentas.
Leitor/Estante Digital: como não há estudo sem leitura, não poderíamos começar de outro jeito. Que tal um aplicativo que transforme vários quilos de livros em poucas gramas de conhecimento? Melhor ainda se ele for capaz de reconhecer os vários formatos atuais de documentos como pdf, e-pub, etc. A cereja do bolo é permitir a customização do arquivo para facilitar a leitura: marcar páginas, realçar textos, ajustar fonte, iluminação, etc.
Ferramenta que uso: Aldiko (Android), Calibre (Desktop).
Outras Opções: Good Reader (Ipad).
Resolução de Questões: para os afoitos, esse aqui seria o primeiro, pois também não existe estudo efetivo sem o devido teste dos conhecimentos. Mas cuidado para não colocar o carro na frete dos bois! Sites de questões já viraram praticamente commodities no mundo dos concursos. Então os players, na tentativa de se diferenciar, procuram agregar outras funcionalidades como: resolução por professores, foco em um nicho específico (TI, por exemplo), análise de desempenho, etc.
Ferramenta que uso: Questões de Concurso (Web), Superprovas (Desktop).
Outras Opções: Gabaritou TI (Web) , Tec Concusos (Web), Open Concursos (Web/Android), iQuestoes (Android/Iphone/Ipad).
Gerenciamento do Conhecimento: Ok, você já estudou e resolveu questões, mas onde você vai guardar os SEUS apontamentos, resumos e outros elementos de destaque? Bom, se for apenas para guardar, você guarda em qualquer lugar, normalmente, em um doc no meio dos seus GBs de HD. Contudo, o importante aqui é rapidez na recuperação da informação, juntamente com a a capacidade de garimpar apenas o que é necessário para um determinado contexto. Por exemplo, quanto tempo você demoraria para me mostrar tudo que já destacou sobre ITIL desde que começou a estudar? Se é que conseguiria… No meu caso, segundos!
Ferramenta que uso: Evernote (Multiplataforma).
Outras Opções: One Note (Windows).
Mapas Mentais: tem gente como eu que é mais visual, ou seja, consegue assimilar melhor quando as informações estão distribuídas espacialmente na forma de árvore, em vez da lista linear. Esse tipo de disposição também me ajuda a pensar melhor a resolução dos problemas e estruturar textos (discursivas). Por exemplo, todos os meus artigos aqui, passam primeiro por uma maturação na forma de mapas mentais. Também tem gente que aproveita os recursos para deixar os mapas mais coloridos, radiantes, etc. Definitivamente, não é o meu caso.
Ferramenta que uso: Mind Meister (Web/Android/Iphone).
Outras Opções: FreeMind (Desktop), Mindomo (Web/Android/Iphone), Xmind (Desktop).
Podcast: outros modais (modalidades) que devem ser explorados são o áudio e o vídeo, pois, quanto mais sentidos você empregar nos seus estudos, maior será a sua capacidade de absorção. Fora isso, não dá para você estudar por meio de leitura, quando dos deslocamentos diários (engarrafamentos, metrô, etc). Porém, como fazer para não se perder na infinidade de videoaulas e podcasts a que temos acesso hoje em dia? Primeiro, filtre o lixo, óbvio. E o que sobrar, gerencia com um bom aplicativo de podcast. Por favor, não reclame da fartura de possibilidades! Na minha época a gente se matava para conseguir qualquer material.
Ferramenta que uso: Podcast Addict (Android).
Outras Opções: Pocket Casts (Android/Iphones/Ipad), BeyondPod (Android), itunes (Iphones/Ipad).
Revisão: claro que a maioria das ferramentas apresentadas até agora servem também para revisão. É só repetir! Mas que tal uma ferramenta que explore a sua curva de aprendizagem com base no método dos Flashcards? Infelizmente, não tive a oportunidade de conhecer esse método na época de concurseiro. O que vi mais parecido com isso foram aquelas proteção de telas (de Desktop) que ficavam repetindo questões de certificação à exaustão, contando que você aprendesse por “osmose”. De forma diferente, o método anki tem participação ativa do estudante no passo de repetição.
Ferramenta que uso: AnkiDroid Flashcards (Android).
Outras Opções: Inova M! (Android/Iphone).
Cronômetro Inteligente: a próxima pergunta é: quanto tempo você gasta em cada atividade? “Muito”, “Pouco” e “Mais ou “Menos” não são respostas de um concurseiro de alta performance. Por que? Porque simplesmente não são respostas objetivas. Já diz a máxima: “Não se consegue gerenciar o que não se consegue medir”. Portanto, antes de querer gerenciar, que tal começar a medir primeiro? Um relógio de parede ajudar, claro, mas não seria melhor algo que já classificasse os tempos em um extrato consolidado por atividade?
Ferramenta que uso: Timers4Me (Android), Tuctômetro (Android/Iphone).
Outras Opções: Time Balance (Android), Simple Time Tracker (Chrome).
Gerenciamento de Estudos: ok, com essas dicas, você já se tornou um “derrubador de canavial” nato. Mas, que tal se, antes de seguir derrubando cana, você subir em algum mirante e ver se está seguindo pelo caminho planejado, ou mesmo se está no canavial certo?!? Afinal, “não tem coisa menos produtiva do que fazer com eficiência algo que nem deveria estar sendo feito”. E se eu te disse que existem ferramentas nas quais você pode cadastrar todo esse mundaréu de coisas para estudar em seu tempo disponível, e, ao final, montar o tão sonhado cronograma de estudos otimizado e adaptável à sua rotina? Agora, nem tudo é festa! Se as ferramentas tem a capacidade de te retornar um alto valor, elas também costumam cobrar um pedágio caro em suor para a alimentação inicial. Os poucos que superam o esforço inicial, não se arrependem. É muito parecido em começar um controle financeiro pessoal.
Ferramenta que uso: Tuctor (Web).
Outras Opções: iEstudos (Web), Ciclo de Estudo (Web).
Benchmark: por fim, a “crèame de la crèame”! Como saber se todo esse esforço está sendo efetivo? Traduzindo, como saber se eu estou bem ou mal em relação aos meus concorrentes? Afinal, excluídas as discussões filosóficas, é isso que realmente importa. Bom, a solução trivial seria fazer o concurso e depois ver o resultado. Ok, mas eu preciso saber disso ANTES, meu caro Watson, pois eu não estou afim de esperar 3 anos ou mais para só então corrigir meus erros no próximo concurso para a mesma vaga! Alguns vão sugerir então fazer concursos por similaridade (mesma banca, órgão parecido, etc). Boa! Mas, muitas vezes, essa alternativa envolve deslocamentos aéreos e hospedagens, os quais não são nada baratos, confere? A próxima etapa seriam os simulados presenciais e online promovidos pelos cursinhos. Ótimo! Todavia, fora o eterna suspeição sobre o resultado, eles são muito raros na área de TI (uma pena…). Restam, enfim, a abordagem similar à adotada nas provas de certificação, a estatística. Ora, se fizermos um tratamento estatístico APURADO baseado no histórico das notas dos candidatos dos concursos anteriores, conjuntamente com o desempenho dos seus concorrentes atuais nas resolução do mesmo banco de questões, teremos uma boa probabilidade de saber onde você se encontra em relação à concorrência. Se o método não tem a capacidade de dizer precisamente se você vai passar ou não, pelo menos, ele pode indicar se você está no caminho certo, ou se deve correr atrás do prejuízo. ATENÇÃO! As outras soluções propostas não devem ser de forma alguma abandonadas, mas, a partir de agora, podem ser usadas com maior critério, uma vez que temos uma solução alternativa mais barata. Finalizando, essas ferramentas ainda são insipientes, mas prometem à medida que forem sendo descobertas pelos candidatos.
Ferramenta que uso: Qual Concurso (Web).
Outras Opções: Gabaritou TI (Web).
Pronto, você está mais bem armado que o “Comando para Matar”. Agora é só ir buscar sua filha na ilha.
Dá até uma dor no coração, pois queria que alguém tivesse me dado tudo mastigado desse jeito quando eu era concurseiro.
Bons Estudos e até o próximo artigo! (aceito sugestões)

Retirado de: http://www.profissionaisti.com.br/2015/03/ferramentas-para-concursos-parte-ii-estudo/